A astrologia como uma ciência antiga e complexa, nos acompanha desde quando vimos as estrelas e queríamos compreender seus significados em nosso cotidiano. O padrão dos meses, da primavera ao verão, do outono para o inverno, e assim por diante, ampliou a capacidade analítica de nossos antepassados.

O Sol, nosso astro rei, era e continua sendo o astro principal. Independente da separação da astronomia da astrologia, ele continua reinando em nossas vidas. É por meio dele que as estações são estabelecidas, a rotação da Terra ao redor do Sol proporciona estes momentos de aproximação e afastamento que determina o quão verão ou inverno será em nosso planeta.

Por ser o centro de nosso sistema, ele é o ponto focal, o mais importante, e, que, por muitos anos, tinha correspondência aos nossos governantes, reis e autoridades. Atualmente, ele ainda representa o governo, mas representa, no ser humano, a essência, o ego criador, a força propulsora que impulsiona para fora e permite que sejamos mais nós mesmos. E, por isso, ele representa o masculino, o nosso pai. O signo de Leão é seu regido e não há signo mais magnético e nem mais confiante do que ele.

A Lua, ela também é parte essencial do sistema sideral no qual vivemos. Sim, pois sua dança com o Sol é que mostrava que os dias passavam. Ela nunca foi estática, sempre representou as mutações e tinha (tem) relação direta com os ciclos menstruais das mulheres. Além disso, eram perceptíveis as mudanças lunares com a agricultura: o crescimento das raízes ou das folhas, a depender da sua fase. Por isso, ela é uma das referências para com a Mãe Terra: o ciclo feminino e o ciclo da natureza. Caranguejo, ou câncer, é o signo no qual a Lua se domicilia visto que as marés também são afetadas pelo seu movimento, assim como as emoções e a nossa ancestralidade, que possuem tantas camadas quanto às profundezas oceânicas.

Dito isso, é fácil perceber como que um Sol e uma Lua são tão importantes em nosso mapa. Sol – pai, Lua – mãe. Hoje em dia estas relações podem ser modificadas, claro, muitas famílias somente têm uma mãe ou os papéis são invertidos. Mas estes dois astros representam o reflexo que estas duas figuras deixaram para nós.  O legado familiar que carregamos e que informa muito sobre como são nossas condicionalidades atuais.

O Sol é o que nos impulsiona para fora, para sermos nós mesmos, para agirmos em acordo com o signo no qual ele se encontra no momento do nosso nascimento. A fim de que possamos vivenciar cada vez mais nossa potencialidade, nosso marco, nossa essência. Algumas vezes podem ser difíceis, outras a simplicidade reina. Caso sejam aspectos complicados, podemos trabalhar nossos talentos, encontrar o que estava escondido e não sabíamos; caso contrário, é simples, temos um dom que vem fácil. E fica a questão, você sabe trabalhar com a facilidade ou se subestima/fica com preguiça?

A Lua é a mãe que nos nutre, alimenta e que cuida a partir do que lhe foi ensinado por meio de seus antepassados. E é por ela que conseguimos chegar ao Sol. Pois a luz do Sol é refletida pela Lua. Sem ela não alcançamos nosso lugar ao Sol. Se só olharmos para o Sol nos queimamos, se só olharmos para a Lua não saímos de nossas conchas.

Os aspectos difíceis da Lua com outros planetas afetam nossa relação com nossa mãe, nos instigam a pensar em como superar dificuldades (muitas vezes de caráter emocional) e até nos faz sermos mais empáticos com as dores dos outros. Aspectos fáceis demonstram mães que podem ser super protetoras ou até mesmo que, aparentemente, não haja questões a serem trabalhadas. É um dom compreender e acolher a si próprio, mas precisa se de algum estímulo para que possamos compreender a magnitude de nossas relações com outras pessoas. Isso também vale para o Sol, e ponha o Pai, no lugar da Mãe.

Mas isso é relativo. O que importa mesmo é que o mapa astral (ou natal) nos mostra como é que enxergamos estes dois seres que nos educaram, ou não, influenciaram nossas vidas; de que modo os nossos avós também o fizeram, seja diretamente, seja por meio deles.

E as casas? Elas também têm relevância, a casa 4, ou a casa de caranguejo, está ligada ao nosso lar, ao local no qual nos sentimos emocionalmente protegidos, onde temos nosso imóvel e muitas vezes podemos olhar para nossa mãe/pai, dependendo de qual linha astrológica seguimos. Já a casa 10 representa a nossa vida social, para onde iremos quando sairmos de nossas casas, o local no qual buscamos ser reconhecidos pela sociedade e nos encaixarmos nela – pela nossa escolha. Esta é a casa de capricórnio, o signo da cabra montanhesa, que caminha para o pico mais elevado, sem cansar, carregando o mínimo. Claro que não precisamos de todo este esforço, como em seu símbolo, esta cabra possui uma calda, que se alimenta das águas do solo – ou seja, da casa 4, da família, do lar, do acolhimento.

Sendo assim, é fácil perceber que mesmo no nosso mapa não estamos sozinhos. Carregamos conosco várias pessoas, histórias, sonhos e desejos. Os nossos antepassados andam conosco, e a partir deste ponto somos moldados perante o que vivemos ou não em nosso lar. Depois disso, depende de nós agirmos, tomarmos consciência e e-v-o-l-u-i-r-m-o-s!

Por Helena Galvani